Festa, confusão e tristeza dos torcedores na Costa do Marfim

Posted by gb | Posted in | Posted on 17:19

Tumulto no início do jogo, em bairro de Abidjan, e decepção com a derrota marcam domingo especial no país

 

Torcida Abidjan Costa do Marfim 
Torcida marfinense assiste atentamente à partida

Foi um jogo que mexeu com a Costa do Marfim. Os torcedores sonhavam com uma vitória histórica sobre o Brasil e encheram as ruas de Abidjan, maior cidade do país, para assistir à partida em telões. O GLOBOESPORTE.COM esteve no bairro de Yopougon, terra do ídolo Didier Drogba, onde o povo tomou a praça para fazer festa antes do jogo. Só que mal a bola rolou e começou uma grande confusão. Aos dois minutos, o público derrubou as proteções para se aproximar do telão. Cadeiras, pedras e garrafas voaram e a transmissão foi imediatamente interrompida. Enquanto o locutor pedia calma a todos, menos de 20 policiais tentavam controlar a multidão de cerca de duas mil pessoas. Rodando um cinto largo nas mãos, eles conseguiram acalmar os ânimos. Os torcedores voltaram aos seus lugares e o telão foi ligado novamente aos oito minutos.
Antes do tumulto, um show de dança serviu de aquecimento. Mas o que levantou mesmo a galera foi um clipe de Drogba, o filho ilustre do bairro e herói do país, marcando gols pelo Chelsea, da Inglaterra. Na entrada em campo, a imagem do capitão liderando a seleção encheu os torcedores de esperança. E no princípio da partida, o povo jogou junto com a Costa do Marfim.
Diante dos pentacampeões mundiais, tão respeitados e admirados por aqui, qualquer lance era comemorado com entusiasmo. Podia ser uma falta sofrida no ataque, uma roubada de bola na defesa, até um replay de Drogba matando uma bola no peito com categoria... Tudo era motivo para aplausos.

Caras pintadas Abidjan Costa do Marfim  
Caras-pintadas fazem festa durante o jogo contra o Brasil 
 
Mas, aos 25, Luis Fabiano recebeu na área e mandou para o gol. A bola na rede abafou o grito dos marfinenses. Silêncio. Dois torcedores ainda bateram palmas, num misto de reconhecimento ao belo gol brasileiro e de apoio à Costa do Marfim. Mas a empolgação geral passou à apreensão.
Alguns torcedores começaram a demonstrar impaciência com os erros do time. Outros praticamente não se mexiam. Com os olhos vidrados no telão, acompanharam em silêncio o restante do primeiro tempo. No fim, aplaudiram sua seleção.
- Os lemas de nosso país são disciplina e trabalho. Nossa seleção está demonstrando isso, então vamos continuar torcendo - pediu o locutor.
Só que os gols de Luis Fabiano e Elano, antes da metade do segundo tempo, jogaram por terra o sonho de uma vitória. "Sim, nós podemos", dizia a manchete do jornal distribuído na praça antes do jogo. Mas não desta vez, não contra o Brasil. Quem sabe na próxima rodada, contra a Coreia do Norte, venha o triunfo da classificação. O gol de Drogba, o primeiro de um africano contra a seleção brasileira na história das Copas, ao menos deu esperança para o restante da Copa. Enquanto o filho de Yopougon estiver em campo, os marfinenses continuarão sonhando.

 

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